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À beira do meu olhar

Tiago Torres da Silva / Pedro Pinhal
Repertório de Joana Amendoeira


Pressentindo a madrugada
Na beira do meu olhar
Abro a mão, não tenho nada
Mas não a torno a fechar

Ao ver o teu sono lindo 
A dormir na minha mão
O orvalho vai caindo 
Nas rugas da solidão

Tu chamas-me de alvorada 
E fazes-te de sol posto
Ao veres cair a geada 
Pelos vales do meu rosto

No momento em que despertas 
Das tuas noites sombrias
Vês que tenho as mãos abertas 
E que as duas estão vazias

É por não terem lá nada 
Que só se fecham as duas
Na surpresa abandonada 
De irem abraçar as tuas