Repertório
de António de Noronha
Estava
o reino dividido
E o povo já rendido
À
voragem do assalto
Sentiam-se
as ameaças
E no coração das praças
A
traição falava alto
Nun’Álvares
o cavaleiro / Do Alentejo fronteiro
Com
prontidão e ardor
Prepara
os da sua guarda / Para a batalha que tarda
Nas
hostes do seu senhor
Ele
é a força que arrasa / O sentimento que abrasa
A
coragem que inebria
Viessem
nações inteiras / Desvairadas e guerreiras
Nada
e ninguém o vencia
Conhece
a voz que o chama / E responde, porque ama
A
nobreza do seu estado
Reza
entre espadas e adagas / Comanda mas cura as chagas
Dos
que sofrem a seu lado
À
Virgem pede um abrigo / Como se fosse um mendigo
Ou
um pobre de pedir
A
alma é o seu tesouro / Reparte terras e ouro
Como
alguém que vai partir
E
parte para o convento / A ouvir na voz do vento
O
que Deus lhe quer dizer
No
Carmo guarda portão / Com o burel da oração
É
assim que vai viver
E
é assim que o vemos / E é assim que o temos
No
altar da Santidade
Condestável
do que fomos / Condestável do que somos
À
porta da eternidade