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Santo Condestável

João Bettencourt / Pedro Rodrigues-Henrique Lourenço *fado cigana*
Repertório de António de Noronha

Estava o reino dividido
E o povo já rendido
À voragem do assalto
Sentiam-se as ameaças
E no coração das praças
A traição falava alto

Nun’Álvares o cavaleiro 
Do Alentejo fronteiro
Com prontidão e ardor
Prepara os da sua guarda 
Para a batalha que tarda
Nas hostes do seu senhor

Ele é a força que arrasa 
O sentimento que abrasa
A coragem que inebria
Viessem nações inteiras 
Desvairadas e guerreiras
Nada e ninguém o vencia

Conhece a voz que o chama 
E responde, porque ama
A nobreza do seu estado
Reza entre espadas e adagas 
Comanda mas cura as chagas
Dos que sofrem a seu lado

À Virgem pede um abrigo 
Como se fosse um mendigo
Ou um pobre de pedir
A alma é o seu tesouro 
Reparte terras e ouro
Como alguém que vai partir

E parte para o convento 
A ouvir na voz do vento
O que Deus lhe quer dizer
No Carmo guarda portão 
Com o burel da oração
É assim que vai viver

E é assim que o vemos 
E é assim que o temos
No altar da Santidade
Condestável do que fomos 
Condestável do que somos
À porta da eternidade