Repertório de Helena Sarmento
Há no céu estrelas inúteis e belas
Luzes de ninguém
Vogando perdidas da luz sentinelas
Vogando perdidas da luz sentinelas
Portas do além
Luzes tão distantes
Luzes tão distantes
Segredos de amantes de beijos furtivos
Dão sombra ao pecado
De corpos no fado dos cinco sentidos
E se pela manhã no render do cansaço
Elas vão embora
O braço no braço o nó do abraço
O braço no braço o nó do abraço
Marca de novo a hora
Já que o amor assim quis
Já que o amor assim quis
A tua sina te diz
Que até morrer
Que até morrer
Terás de querer ser sempre feliz
Futuro, esse vento inconstante
De repente um instante
Que o presente não ensina
Tu podes mentir, falar das linhas da mão
Mas ai, quer queiras quer não
Tens de escrever a tua sina
À hora marcada
A tarde vencida, estrela cadente
De novo esta luz
De dois corpos nus depois do poente
Amor que a rotina
De amor os domina e amarra perdidos
Os dois ancorados
No cais dos deitados dos cinco sentidos
E quando as estrelas descidas da noite
Caírem na rua
À procura da vida que os amantes habita
À procura da vida que os amantes habita
Com ecos de lua
E das sombras saírem cores
E das sombras saírem cores
E o grito que não se ensina
É outra a luz que as seduz
É outra a luz que as seduz
Amor como sina
Presente, esse feitiço do tempo
Tudo num só momento
Que o futuro não domina
Tu podes mentir, falar das linhas da mão
Mas ai, quer queiras quer não
Tens de escrever a tua sina