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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os criadores dos temas aqui apresentados.
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Tenho vindo a publicar letras (de autores que já partiram) sem indicação de intérpretes ou compositores na esperança de obter informações detalhadas sobre os temas.
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Fadistas do Bairro Alto

Frederico de Brito / João Aleixo
Repertório de Tristão da Silva


Fadistas do Bairro Alto
Bota de salto de prateleira
Dos bons, dos tais que dão brado
Batendo o fado em qualquer feira

Hoje há fadinho batido
Todo mexido, todo a gingar
Que mete fidalgaria
E a companhia que se arranjar

Eh lá... a banza p'ra cá
Vai tudo em corrida
Prá espera de gado
Eh lá... quem vem prá rambóia
Que o fado em tipóia
Parece mais fado


Quem nunca andou na boleia
Não faz ideia duma noitada
Perdida, a bater o gado
Também cansado da ramboiada

E depois, já horas mortas
Bater prás hortas sem descansar
E vir depois do sol alto
P'ró Bairro Alto rir e cantar
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Parte da letra que não foi gravada

Ao tilintar das guizeiras
Com camareiras da Mouraria
E o pingalim aos estalos
Os meus cavalos, passam à Guia

Vai tudo a passo travado
Tudo afinado pró Corridinho
Mas hão-de parar nas tascas
Dessas mais rascas que há p’lo caminho


Tristão da Silva, que gravou este fado-canção para a etiqueta “Estoril” em 1953
não canta o fado todo, visto o original ter mais uma volta, praticamente desconhecida.
Repare-se que Frederico de Brito segue, nas voltas desta letra, uma estrutura 
igual à do fado  *Barrete Verde* o que implica semelhanças na música, embora 
os compositores sejam diferentes. 
Já o refrão, em Fadistas do Bairro Alto, além de ter uma estrutura
poético-musical diferente das voltas, como compete, é cantado 
e não apenas instrumental.
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*