Letra e música de Francisco Correia Moita
Repertório de Deolinda Bernardo
Olhai p’ra estas mãos que aqui vêdes
Já foram pequeninas e mimosas
Leves e macias como lírios
Rosadas e frescas como as rosas
Mãos que foram dóceis em criança
Hoje são áridas brutais
Que não tendo a graça das ilustres
Valem certamente muito mais
Mãos vidreiras
Que o gáz do forno queimou
Mãos vidreiras que o trabalho calejou
Mãos vidreiras
Que só fazem obras de arte
Mãos que sabem ser vidreiras
Honradas em toda a parte
Ohai p’ra estas mãos trabalhadoras
Pelo rigor da vida transformadas
Mãos que nunca foram ociosas
Mas pelo trabalho calejadas
Mãos que se irmanam com o fogo
Trabalhando o vidro em bulição
Mãos que são a alma de um povo
Na sua dura vida e duro pão