Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravida
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Ai quem me dera viver
Aquilo que oiço cantar
Dos tempos que já lá vão
Uma tipóia a correr
Uma guitarra a trinar
Pronta a entrar na função
Nela vão vários fadistas
Fadistas dos verdadeiros
Que ao Fado dão mais beleza
São fidalgos, são artistas
São rameiras, são toureiros
Gente do povo e nobreza
Vão cantar fora de portas
Irradiando alegria
Pelas esperas de gado
Cantam no campo, nas hortas
Nos becos da Mouraria
O puro e castiço fado
Na mais sã camaradagem
Sem preconceito ou vaidade
Num “seja o que Deus quiser”
Essa antiga fadistagem
Não tinha rivalidade
Cantava só por prazer
Esses tempos de rambóia
Tão belos, tão fascinantes
Vivê-los, ó quem me dera
Eu queria andar de tipóia
Tal como em eras distantes
Andou Maria Severa