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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Gabriel de Oliveira


Tributo de Armando Neves

Dizer que tem talento o Gabriel
É tarefa escusada, é coisa vã
É perguntar se tem doçura o mel
Se deitam sumo os bagos da romã

Há lá poeta algum que nos revele
Inspiração maior, mais digna e sã
De quanto é popular?! – Apenas ele
Porque a alma do povo é sua irmã


Fonte rara, espontânea de poesia
Da beleza do “Fado” a voz mais bela
Espírito gentil às musas dado

Quando ele nos descreve a Mouraria
Pinta, com mão de mestre, uma aguarela
Sim! Este Poeta é o Pintor do Fado

(in Revista STADIUM, Ano X, nº. 479, 4ª. Feira, 2-7-1941)

(25/3/1891 – 2/8/1953)
GABRIEL da Anunciação D´OLIVEIRA foi um dos melhores poetas que o Fado conheceu. É, todavia, uma figura pouco conhecida
embora os seus fados sejam constantemente cantados.
Com 18 anos, apenas, assentou praça na Marinha de Guerra Portuguesa, no dia 1 de Agosto de 1909. Daí ser conhecido por “Gabriel Marujo”.
Foi Combatente na Primeira Guerra Mundial, já como artilheiro de 1.ª classe, tendo sido condecorado com a Medalha da Vitória.
Poucos como ele souberam descrever, com grande realismo, os ambientes dos velhos bairros de Lisboa e as suas personagens. 
Autor de dezenas de fados famosos, um dos quais "Senhora da Saúde", conhecido normalmente por "Há Festa na Mouraria".
Mereceu figurar na Antologia dos Poetas Modernos Portugueses, organizada por Fernando Pessoa e António Botto. 
Também o grande actor João Villaret não hesitou em incluí-lo em alguns 
recitais de poesia.
Caso curioso é o de Gabriel de Oliveira, apesar da sua extensa produção
nunca se ter inscrito na Sociedade Portuguesa de Autores. 
Deste modo, nunca recebeu quaisquer direitos.”
Daniel Gouveia e Francisco Mendes, Poetas Populares do Fado
Tradicional, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2014.