Repertório de João Braga
Por dentro somos ninguém
Por fora somos talvez
Na vida, somos também
Na morte, somos de vez
Em horizonte de assomos
Qualquer vulto nos detém
E na paisagem que somos
E na paisagem que somos
Por dentro somos ninguém
Mas tendo de ser alguém
Mas tendo de ser alguém
Cada qual na sua vez
Às vezes, sendo ninguém
Às vezes, sendo ninguém
Por fora somos talvez
Enredados nos porquês
Enredados nos porquês
D’horizonte sempre aquém
Humanos que alguém nos fez
Humanos que alguém nos fez
Na vida, somos também
O que somos só de assomos
O que somos só de assomos
O que somos de porquês
E a paisagem que supomos
E a paisagem que supomos
Na morte, somos de vez