Rosa Lobato Faria / Mário Pacheco
Repertório de Paulo Bragança
Tu… a quem eu minto tantas vezes
E tenho modos descorteses
Se me descuido de te amar;
Tu… que por mais tarde que eu chegue
Que por mais sustos que eu te pregue
Não tens censuras no olhar;
Tu… entendes tudo e nada dizes
E dás-me dias tão felizes
E enches as noites de luar
Bendita a hora em que te vi
E o filho meu, florindo em ti
Bendito seja o fruto do teu ventre
Eu sou ateu, não sei rezar
Mas dou comigo a suplicar
Que Deus me dê o teu amor para sempre
Eu… que desarrumo a casa inteira
Deixo a toalha na banheira
E a roupa suja pelo chão;
Eu… que às vezes sou autoritário
E esqueço o teu aniversário
E até me zango sem razão;
Eu… que sou mordaz e cabeçudo
Encontro sempre um beijo mudo
No teu sorriso brincalhão
Eu… que sou egoísta e desatento
Que às vezes mudo como o vento
E ainda teimo em ser assim;
Eu… quando chego em desespero
Nem sequer gabo o teu tempero
Nem o teu corpo de cetim;
Tu… sem reparar no que eu não faço
Prendes-me todo num abraço
Dizes que é bom gostar de mim