Versão do repertório de Maria Amélia Proença
Este tema foi gravado por Lucília do Carmo com o título *Sete colinas*
Criação de Ercília Costa na revista *O canto da cigarra"
De salientar a raridade de algumas rimas, duplicadas
Teatro Variedades em 1931
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
Poucos fados terão tido a longevidade deste, que ainda hoje se ouve,
Lisboa, casta princesa
Que o manto da realeza
Que o manto da realeza
Abre com pejo num casto beijo
Lisboa, tão linda és
Que tens de rastos aos pés
Lisboa, tão linda és
Que tens de rastos aos pés
A majestade do Tejo
Lisboa das descobertas
De tantas terras desertas
Lisboa das descobertas
De tantas terras desertas
Que deram brado no teu passado
De rainha tens a coroa
Velha Lisboa da Madragoa
De rainha tens a coroa
Velha Lisboa da Madragoa
Quantos heróis tens criado
Sete colinas
Sete colinas
São teu colo de cetim
Onde as casas são boninas
Espalhadas em jardim
E no teu seio
Onde as casas são boninas
Espalhadas em jardim
E no teu seio
Certo dia, foi gerado
E cantado pelo povo sonhador
E cantado pelo povo sonhador
O nosso fado
Lisboa, tardes doiradas
Dos domingos, das toiradas
Lisboa, tardes doiradas
Dos domingos, das toiradas
Onde luzia a fidalguia
Em que esse povo valente
Mostrava que havia gente
Em que esse povo valente
Mostrava que havia gente
A quem a morte sorria
Lisboa, terra de fama
Tens a beleza de Alfama
Lisboa, terra de fama
Tens a beleza de Alfama
E a poesia da Mouraria
E nos teus velhos recantos
Eu sei lá quantos, tu tens encantos
E nos teus velhos recantos
Eu sei lá quantos, tu tens encantos
Do povo e da valentia
com frequência, nas casas de fado e é gravado por vozes jovens e menos
jovens rendidas ao seu encanto.
Apesar de ser criação da grande Ercília Costa, outros grandes fadistas
fizeram deste fado seu ex-libris, como Lucília do Carmo, Mariana Silva
Tony de Matos, Argentina Santos. Joaquim Luís Gomes dedicou à música
um arranjo para orquestra.
De salientar a raridade de algumas rimas, duplicadas
(«… abre com pejo num casto beijo…») e até triplicadas
(«… e nos teus velhos recantos / eu sei lá quantos, tu tens encantos…»
a atestar os recursos poéticos do seu autor.