Repertório
de Duarte
Convém
que seja moderno
Ritmado
sem critério
E
fácil de consumir
Que
não deixe de imitar
As
modas que estão a dar
Que
não ouse resistir
Convém
que não seja triste
Que
se venda, que se lixe
O
valor do seu passado
Que
se sirva ao desbarato
Como
um hambúrguer no prato
Produto
pré-fabricado
Convém
que seja feliz
Não
importa o que se diz
Se
agradar a toda a gente
Que
a nada diga respeito
Seja
a música um efeito
E
a palavra, indiferente
Convém
que seja educado
Que
se cante em qualquer lado
Popular,
comercial
Mas
quando o oiço cantar
Só
me resta perguntar
Que
fado é esse afinal?