Repertório
de Celeste Rodrigues
A estrofe assinalada a verde não foi gravada
Ouvi
bater de leve à minha porta
Pensei
de mim p’ra mim, nesse momento
Foi
ele que bateu, pouco me importa
Mas
fui abrir a porta… e era o vento
Mandou-me
um encontrão, sem mais cautela
Naquela
dura fúria com que entrou
Quebrou-me
os quatro vidros da janela
E até o candeeiro se apagou
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Rasgou-me de alto a baixo um cortinado
Rolaram duas jarras pelo chão
E o vento, num bailar desenfreado
Quebrava o que encontrava mais à mão
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Rasgou-me de alto a baixo um cortinado
Rolaram duas jarras pelo chão
E o vento, num bailar desenfreado
Quebrava o que encontrava mais à mão
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Até
uma guitarra já velhinha
Caiu,
quebrando as cordas num queixume
O
vento nessa fúria que mantinha
Lembrava
o meu rapaz com o ciúme
Deixando-me
a um canto, muda, absorta
Naquele
pobre quarto de devassado
Saiu
a assobiar batendo a porta
Assim
como ele faz se está zangado