Repertório de Afonso Dias
Fardado de marinheiro
Fiz-me ao sonho, num veleiro
E apontei aos horizontes
Sobre as águas alteradas
Desenhei rotas e estradas
No medo projetei pontes
Tracei o mapa com estrelas
E o alinhavo das velas
Foi cordame de guitarras
Em remansos ancorado
Dei enseadas ao fado
Em remansos ancorado
Dei enseadas ao fado
Nos nós com que atei amarras
Para lá do nevoeiro
Soletrei o som e o cheiro
Para lá do nevoeiro
Soletrei o som e o cheiro
Do batuque e da canela
Na estranha pele de veludo
Dei-me todo e tive tudo
Na estranha pele de veludo
Dei-me todo e tive tudo
À sombra da minha vela
Fado a fado, se fizeram
Os passos que se cruzaram
Fado a fado, se fizeram
Os passos que se cruzaram
Na rota das minhas pontes
E ao meu porto regressado
Fiquei para sempre ancorado
E ao meu porto regressado
Fiquei para sempre ancorado
Na ponta dos horizontes