Repertório de Jorge Batista da Silva
Quando em mim houver fogo controlado
E a água não molhar por onde passa
Se a folha não seguir o vento irado
Ou o som da gargalhada for desgraça
Podes passar às horas que quiseres
Sorrir, telefonar, fazer sinais
No engano que eu aceito o que me deres
Na ilusão que és barco e eu sou cais
Pois vão morrendo os dias dolorosos
De novo o azul é tom de céu e mar
E não cor de teus olhos perigosos
Onde eu já mergulhei para me afogar
Agora o fogo é cinza amontoada
A água volta a ser o que foi antes
E o vento que me agita é quase nada
È simples sopro a chegar de outros quadrantes
Ver-te partir é simples recordar
É não-saudade em beijo moribundo
Sensação estranha por te deixar de amar
E um adeus que te afasta do meu mundo
O sentimento da falta que não fazes
É subtil veneno a circular
Mistério das recordações fugazes
Talvez o amor que eu nego, ao te lembrar