Tributo de Artur Santos Pereira
Extraído do livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional
de Daniel Gouveia e Francisco Mendes
Quando eu nasci, quem diria
Ter comigo esta virtude
O dom de cantar o Fado
Nesse bairro abençoado
P’la Senhora da Saúde
Ao começar a cantar
P’la Senhora da Saúde
Ao começar a cantar
Fiz-me sempre apadrinhar
Por fadistas de outra era
Pois nasci, por sina minha
Pois nasci, por sina minha
Nessa viela estreitinha
Onde morreu a Severa
Os anos foram passando,
Eu fui crescendo e cantando
Os anos foram passando,
Eu fui crescendo e cantando
Fiz do Fado a minha lei
E hoje, já embranquecido,
Não estou nada arrependido
E hoje, já embranquecido,
Não estou nada arrependido
De lhe dar tudo o que dei
A Mouraria não esquece
Qualquer um que a engrandece
A Mouraria não esquece
Qualquer um que a engrandece
E eu já fui recompensado
Pois a casa onde nasci
Onde brinquei e cresci
Pois a casa onde nasci
Onde brinquei e cresci
Tem o meu nome gravado