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Vassourinha

Segundo o poema *A minha rica filhinha* publicado *Poetas do Fado Tradicional* 
de Daniel Gouveia e Francisco Mendes, o mote é de de Silva Tavares
Glosa de Domingos Gonçalves da Costa / Popular *fado menor*
Repertório de Manuel Fernandes


A minha linda filhinha
Com sua saia de roda
Parece uma vassourinha
A varrer-me a casa toda


Sou pobrezinho, bem sei 
Por o ser não me desdoiro
Contudo tenho um tesoiro 
Que por nada o trocarei:
Nem a riqueza dum rei 
O meu tesoiro amesquinha
Jóia que e minha, só minha 
Que eu guardo com avareza
A minha maior riqueza
A minha linda filhinha

Ai quantas vezes regresso 
Ao meu lar, desiludido
E olhando esse ente querido 
Tristezas, dores, tudo esqueço
Às vezes até pareço 
Possuir a sorte toda
Nada nada me incomoda 
Só esse anjo me fascina
Muito linda, pequenina
Com sua saia de roda

E depois, com amor profundo 
Envolvo-a em ternos abraços
E julgo ter nos meus braços 
Toda a riqueza do mundo
E então de beijos inundo 
Esse corpo de avezinha
Tão frágil, mas que é rainha 
Do meu lar, que enche de encanto
E onde, arrastando o seu manto
Parece uma vassourinha

Vassourinha que levanta
Linda poeira d'estrelas
Em gargalhadas singelas 
Que me inebria e m’encanta
Tem as feições duma santa
Quando séria se acomoda
E sem que ao rigor da moda 
A possa trazer vestida
Deus ma traga toda a vida
A varrer-me a casa toda