Repertório de Luísa Basto
Às seis o salto da cama
E o puto a resmungar
São dez minutos prá mama
São dez minutos prá mama
E a bucha por arrumar
Sai tudo à rua na guita
Sai tudo à rua na guita
Vai tudo a andar na ganga
No barco há um que arma fita
No barco há um que arma fita
na volta ninguém se zanga
Um jeitinho no transporte
Um jeitinho no transporte
E o puto fica na ama
Só nos faltava esta sorte
Só nos faltava esta sorte
O metro ainda nos trama
Um beijo dado apressado
Um beijo dado apressado
Adeus ao virar da esquina
Num fato mais que coçado
Num fato mais que coçado
A mulher ‘inda menina
Vai mais um dia de trabalho
Em qualquer lado
Vai mais um dia de trabalho
Pelo pão
Mas qualquer dia no trabalho
Ao nosso lado
Há-de ser dia de acabar
O dia não
Sabemos que ainda um dia
Hão-de ver quem tem razão
Lá vão quinhentos pró passe
Vai mais um dia de trabalho
Em qualquer lado
Vai mais um dia de trabalho
Pelo pão
Mas qualquer dia no trabalho
Ao nosso lado
Há-de ser dia de acabar
O dia não
Sabemos que ainda um dia
Hão-de ver quem tem razão
Lá vão quinhentos pró passe
Das viagens que fazemos
E não há ninguém que cace
E não há ninguém que cace
As paragens que perdemos
O puto vem a tossir
O puto vem a tossir
Das friagens que apanhou
A mulher vai a dormir
A mulher vai a dormir
P’las vezes que hoje acordou
À volta é gente da volta
À volta é gente da volta
Do trabalho que fizemos
E pensar que andam à solta
E pensar que andam à solta
Os males de que sofremos
Vai mais um dia passado
Vai mais um dia passado
Se é que esse dia passou
Talvez eu ande enganada
Talvez eu ande enganada
O dia não acabou