Repertório de António Pinto Basto
O que sinto por ti são rendas pretas
Recordações vagas, indiscretas
De um corpo que conheci
O que sinto por ti são rendas pretas
Volúpias de cetim, sedas secretas
Que tu despias para mim
Pedaços de fantasia / Que vestias para estar nua
Restos de noite que a lua / Na tua pele descobria
O que sinto por ti são rendas pretas
Essas rendas incompletas / Que nos dedos descobri
Quando ao ver-te assim despida
Toda de negro vestida / Me dei e te possuí
Dessas nocturnas intrigas / Que me calaram de espanto
Das meias finas, das ligas / Das rendas que te ofereci;
Lembro ainda o doce encanto / Das rendas pretas em ti
Do corpo que me ofereceste / Quando entre as rendas te deste
E entre rendas me rendi
Do corpo que me ofereceste / Quando entre as rendas te deste
E entre rendas me rendi
Tão tranparentes macias / As rendas que tu vestias
Hoje tão tristes, sem ti