Canto três
Júlio
Pomar / António Vitorino d’Almeida
Repertório
de Carlos do Carmo
Pá… o amor é urgente
Não dêem cabo da gente / Do que temos de melhor
De que o Paredes dizia
Que era a própria poesia / Porém sem menção d’autor
E para mais quanto ao resto
Saia o gado sem cabresto / Dispensando-se o preceito
D’evitar o trinta e um
Ó meu tens aí algum / E não
digas bom proveito
A uma história esquisita
Na qual à Maria Rita / Uns
dentinhos de pescada
Na boca do corpo dita
Vieram à dita confita / E a
pobre amargurada
Nas noites desta Lisboa
As garinas numa boa / Pela Travessa da Palha
Olhos fechados a mundos
Vindos do fundo dos fundos / Daquela triste batalha
D’Alcácer Quibir, dou fé
Morremos todos de pé / Não digas à minha mãe
Varina da Madragoa
Que julga estar em Lisboa / Um presidente em Belém
E se o fim ela não vê
Pede ajuda ao Carlos Tê / Que não é parto sem dor
O disparate da vida
Uma história mas par’cida / Com desfecho hardcore