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Fingi que morri

Neca Rafael / Alfredo Duarte *fado bailarico* c/arranjos
Repertório de Neca Rafael 

Fingi que morri p'ra ver 
De todos, qual mais chorava
E vi que minha mulher 
Co'a mãe, dançava e cantava

Bate à porta, o armador 
Que vem trazer o caixão
Elas, em gritos de dor 
Desempenham um papelão

E depois ele foi embora 
Cheio de dar-lhes conforto
Já nenhuma delas chora 
E toca a vestir o morto

A farpela era apertada 
Que até me punha encolhido
Pois tinha comprada 
A um tipo já falecido;
Pois tinha sido comprada 
P'rós lados do Carvalhido

Mas a sogra pega e zás 
Pensou bem, e de repente
Descoseu o casaco atrás 
P'ra abotoar bem à frente

Depois foram p'rá cozinha 
Sem respeito algum por mim
Comeram uma galinha 
Depois cantaram assim

O que se leva desta vida 
É o que se come é o que se bebe
E o que se brinca ai, ai 
O que se leva desta vida 
É o que se come, é o que se bebe 
E o mais mal é de quem vai 

E só se foram deitar 
Depois de ter escoado 
Um valente garrafão
Eu então muito zangado
Pior que um gato assanhado 
Saltei fora do caixão 

Saltei fora do caixão 
Mas p'ra não fazer chinfrim
Saí, deixei um cartão 
Que à sogra dizia assim

Querida sogra, és bestial
P'ra cantar e p'ra sambar
P'ra não estar a cheirar mal 
O morto foi passear

E não volto mais aqui 
Já vi bem o que isto é
Guarda lá o caixão p'ra ti 
Que eu morrendo, vou a pé