Letra e música de Pedro Silva Martins
Repertório de Cristina de Sousa
Debruçado no estendal saltou-lhe a mola
Ao agarrá-la ficou preso por um fio
E num sobressalto
Já temendo o salto
Foi aí que a tal janela se abriu
Ela ia só regar o manjerico
Quando um belo homem pendurado viu
E ao santo, crente
Agradeceu contente
Por cair do céu aquilo que pediu
E Lisboa continua a mesma
A luz do Tejo permanece igual
Até aquela toalha de mesa
Só com uma mola presa
Continua no estendal
Há quatro meses que ninguém os vê
Só se ouve aquele estranho marulhar
Faz eco pela praça
O pombo esvoaça
E o cão passa a noite a uivar
O turista embasbacado que lá passa
Ouvindo da janela abafado
Aquele ai sentido
Quase meio gemido
Acredita que aquilo é mesmo fado