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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Quadro realista

Letra de Gabriel de Oliveira
Letra do arquivo de Francisco Mendes, com a indicação 
de pertencer ao repertório de Júlio Proença.
Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credivel.

Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado

Três horas da madrugada
Na Mouraria deserta
Não aparece ninguém
Somente uma desgraçada
Tendo a meia porta aberta
Ainda espera por alguém

Com as lágrimas no rosto
Essa infeliz relembrava 
O triste destino seu
Minada pelo desgosto
Muito baixinho rezava 
Pela mãe que lhe morreu

Nisto, ouviu-se na viela
Um assobio prolongado 
Lembrando um eco distante
Tremeu todo o corpo dela
Era o sinal combinado 
Do rufia, seu amante

Já não pensa na desdita
A vida pouco lhe importa 
Junto do seu companheiro
Corre a cortina de chita
Guarda a velha meia porta 
E retira o candeeiro

Provocante, a gingar
Presumindo ter ciúme 
O rufia aproximou-se
E ao entrar no lupanar
Ouviu-se um grito, um queixume 
E a meia porta fechou-se

Este quadro tão fadista
Sem nenhuma fantasia 
Da minha imaginação
Tem o cunho realista
Passou-se na Mouraria 
Em tempos que já lá vão