Letra de Francisco Radamanto
Repertório de Deolinda Rodrigues
Informação de Francisco Mendes e Daniel GouveiaLivro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Se entre nós não houve nada
Porque é que me fere e vive
Este tormento tão estranho
Esta saudade que tenho
Do nada que nunca tive?
Se entre nós não houve nada
Porque é que será, então
Que quando passas começa
A andar-me à roda a cabeça
E aos saltos o coração?
Se entre nós não houve nada
Porque é que, ao sentir-te perto
Toda a vida se resume
Em cor, em luz, em perfume
E o mundo é um céu aberto?
Se entre nós não houve nada
E se é bom que nada houvesse
Porque é que o nada não presta
E eu poria a alma em festa
Se o «nada» desaparecesse?
Se entre nós não houve nada
Neste ditado me iludo:
Quem porfia sempre alcança
Vou vivendo com a esperança
De que um dia há-de haver tudo
Porque é que me fere e vive
Este tormento tão estranho
Esta saudade que tenho
Do nada que nunca tive?
Se entre nós não houve nada
Porque é que será, então
Que quando passas começa
A andar-me à roda a cabeça
E aos saltos o coração?
Se entre nós não houve nada
Porque é que, ao sentir-te perto
Toda a vida se resume
Em cor, em luz, em perfume
E o mundo é um céu aberto?
Se entre nós não houve nada
E se é bom que nada houvesse
Porque é que o nada não presta
E eu poria a alma em festa
Se o «nada» desaparecesse?
Se entre nós não houve nada
Neste ditado me iludo:
Quem porfia sempre alcança
Vou vivendo com a esperança
De que um dia há-de haver tudo