Versão do repertório de Manuel Cardoso de Menezes
Quando Portugal buscava
Quando Portugal buscava
O mundo pelo mar fora
No descanso a qualquer hora
No descanso a qualquer hora
Uma guitarra trinava
Então alguém que a escutava
Então alguém que a escutava
Mais saudoso e comovido
Sentia-se como impelido
Sentia-se como impelido
A cantar uma afeição
E abrindo o coração
O fado era sentido
Alguém descobriu um dia
E abrindo o coração
O fado era sentido
Alguém descobriu um dia
Que o fado tinha beleza
E cometeu a vileza
E cometeu a vileza
De o tirar donde vivia
Desde então a fantasia
Desde então a fantasia
Num capricho desmedido
Roubou-lhe todo o sentido
Roubou-lhe todo o sentido
Ensinou-lhe falsidade
E o que foi sinceridade
É hoje luxo vendido
Assim o fado à guitarra
E o que foi sinceridade
É hoje luxo vendido
Assim o fado à guitarra
Já não tem o improviso
Nem estila como é preciso
Nem estila como é preciso
À sua graça bizarra
Não é boémio, nem farra
Não é boémio, nem farra
Pelos botequins soezes
Impera em tascos burgueses
Impera em tascos burgueses
Tem estribilho, é musicado
Hoje é tudo menos fado
Hoje é tudo menos fado
E não lhe faltam fregueses
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Versão original
Do livro *Poetas do Fado Tradicional de:
Daniel Gouveia e Francisco Mendes
O fado era sentido
Desafogo de revezes
É hoje luxo vendido
E não lhe faltam fregueses
Quando Portugal buscava
O mundo pelo mar fora
No descanso a qualquer hora
No descanso a qualquer hora
Uma guitarra trinava
Então alguém que a escutava
Então alguém que a escutava
Mais saudoso e comovido
Sentia-se como impelido
Sentia-se como impelido
A cantar uma afeição
E abrindo o coração
O fado era sentido
Trazido por quem voltou
E abrindo o coração
O fado era sentido
Trazido por quem voltou
O fado que assim nasceu
Foi cantar de quem sofreu
Foi cantar de quem sofreu
Sofrer de quem o cantou
Mas para sempre ficou
Mas para sempre ficou
No sentir dos portugueses
Que o escutavam muitas vezes
Que o escutavam muitas vezes
Em Alfama e Mouraria
E era quando se ouvia
Desafogo de revezes
Alguém descobriu um dia
E era quando se ouvia
Desafogo de revezes
Alguém descobriu um dia
Que o fado tinha beleza
E cometeu a vileza
E cometeu a vileza
De o tirar donde vivia
Desde então a fantasia
Desde então a fantasia
Num capricho desmedido
Roubou-lhe todo o sentido
Roubou-lhe todo o sentido
Ensinou-lhe falsidade
E o que foi sinceridade
É hoje luxo vendido
Assim o fado à guitarra
E o que foi sinceridade
É hoje luxo vendido
Assim o fado à guitarra
Já não tem o improviso
Nem estila como é preciso
Nem estila como é preciso
À sua graça bizarra
Não é boémio, nem farra
Não é boémio, nem farra
Pelos botequins soezes
Impera em tascos burgueses
Impera em tascos burgueses
Tem estribilho, é musicado
Hoje é tudo menos fado
E não lhe faltam fregueses
Hoje é tudo menos fado
E não lhe faltam fregueses