Pedro Homem de Mello / Maria do Rosário Bettencourt
Repertório de João Braga
Não choreis nunca os mortos esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas
Deixai crescer à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos adormecidos
E quando, à tarde, o sol, entre brasidos
Agonizar... guardai longe as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras
Para os que vivem mudos e vencidos
Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos
Da multidão sem fim dos que são vivos
Dos tristes que não podem esquecer
E ao meditar então na paz da morte
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer