Repertório de Rodrigo
Há muita gente que pensa
Que o fado, para ser fado
Tem de falar em desgraça
Tem de falar em desgraça
Tem de evocar o passado;
Dizem que p’ra ser castiço
O fadinho, vejam lá
Tem de falar noutros tempos
Tem de falar noutros tempos
E em coisas que já não há
Tem de falar em tipóias
E em rambóias, a horas mortas
Tem de exaltar as noitadas
E as patuscadas, fora de portas
Mas eu acho exagerado
E penso que na verdade
O fado para ser fado
Basta falar em saudade
Quando oiço cantar o fado
Tem de falar em tipóias
E em rambóias, a horas mortas
Tem de exaltar as noitadas
E as patuscadas, fora de portas
Mas eu acho exagerado
E penso que na verdade
O fado para ser fado
Basta falar em saudade
Quando oiço cantar o fado
O meu ouvido já espera
Ouvir falar no passado
Ouvir falar no passado
E elogiar a Severa
Mas eu, para ser sincero
Mas eu, para ser sincero
Este fado não é meu
E eu por mim assevero
E eu por mim assevero
Que a Severa já morreu
Tem de falar em toiradas
E em desgarradas, a horas mortas
Tem de falar no Timpanas
Nas carripanas que iam p’ras hortas
Mas eu acho na verdade
Que hoje o fado está mudado
Basta falar em saudade
P’ra se ver que o fado é fado
Tem de falar em toiradas
E em desgarradas, a horas mortas
Tem de falar no Timpanas
Nas carripanas que iam p’ras hortas
Mas eu acho na verdade
Que hoje o fado está mudado
Basta falar em saudade
P’ra se ver que o fado é fado