Repertório
de Fernanda Baptista
Fado
da Revista *O Trunfo é Espadas*
O
amor que eu não supunha
Ser-me um dia traiçoeiro
Foi a melhor testemunha
Foi a melhor testemunha
Este humilde candeeiro
Sua luz viu que ceguei
Sua luz viu que ceguei
Por quem de amor me falara
E quando dele me apartei
E quando dele me apartei
Foi então que reparei
Que há muito a luz se apagara
Companheiro amigo
Que há muito a luz se apagara
Companheiro amigo
Do tempo passado
Da janela aberta
Da janela aberta
Da rua deserta
E o amor a meu lado
Não, não o condenes
Não, não o condenes
Porque me perdeu
As mágoas consomem
As mágoas consomem
Mas ele era um homem
E a louca fui eu
Mas em breve a luz escassa
Mas em breve a luz escassa
Deste humilde candeeiro
Iluminou a desgraça
Iluminou a desgraça
Do meu amor traiçoeiro
Dele em mim nada ficou
Dele em mim nada ficou
Nem sei que ideia era a sua
Entre nós tudo acabou
Entre nós tudo acabou
Tal qual a luz se apagou
No candeeiro da rua
Hoje ainda penso
No candeeiro da rua
Hoje ainda penso
Que essa luz existe
P’ra na noite escura
P’ra na noite escura
Viver a amargura
Deste amor tão triste
Mas só vejo a sombra
Mas só vejo a sombra
Dum vulto e mais nada
Sombra fugidia
Sombra fugidia
Daquele que um dia
Me fez desgraçada
Me fez desgraçada