Repertório de César Morgado
Nunca mais vi aquela ciganita
Que passava ligeira à minha rua
Lendo a sina a qualquer, muito expedita
Mas nunca adivinhou a sorte sua
Segundo ouvi dizer, ao que parece
Alguém lhe arrebatou o coração
E o pobre cigano que a não esquece
Noite e dia cantava esta canção
Linda cigana
Beleza da minha raça
Volta para a caravana
Não faças minha desgraça
Quem te roubou
Onde estás que eu te não vejo?
Foi alguém que nunca te amou
E quis matar um desejo;
Se fores culpada
Deste passo, certamente
Terás de ser renegada
Pela fé da nossa gente
Passou-se muito tempo, até que um dia
Farto de esperar por ela, adoeceu
Sem ter fé, nem esperança ou alegria
O pobre do cigano enlouqueceu
Porém, ela voltou abandonada
Pelo vil sedutor, sem compaixão
Ao longe, ainda se ouve contristada
Uma voz que entoava esta canção