Repertório de Rosa Maria Duarte
Adeus é uma porta que se fecha
É vela que soprada se apagou
É mágoa que se leva e que se deixa
É uva feita vinho que azedou
Adeus é uma insónia que madruga
É nó que se desata sem vontade
É chave de uma casa que se aluga
A meio da avenida da saudade
Adeus é um vazio adivinhado
Na súbita frieza dos lençóis
É esquina do presente com o passado
É vírgula entre o antes e o depois
Adeus é uma lágrima no cais
É algo que somado, diminui
É espelho que reflete o nunca mais
É tempo que no tempo se dilui