Repertório
de Carlos Guedes de Amorim
Copiado
do livro de poesia do autor
Sempre
fui muito esquecido
Mas
duvido que um marido
Tenha
de saber de cor
Todos
os números e datas
Que
tu tratas como exatas
Pra
eu me sentir pior
Já
disse que não me lembro
Se
em novembro ou em dezembro
É
o teu aniversário
Se
por vezes perco o Norte
Já
tens sorte que eu me importe
Que
tu sejas sagitário
Nem
telefones nem moradas
Nem
tiradas decoradas
Para
fazer sensação
Pões-me
a vida do avesso
Se
eu me esqueço qual o preço
Do
anel que tens na mão
Quando
às vezes te chateias
E
receias que as ideias
Me
estejam a baralhar
Na
esp’rança vã que eu me renda
Dás-me
por prenda uma agenda
Que
eu jamais irei usar
Mas
se o teu olhar me lança
Uma
esp’rança na vingança
Que
se deve servir fria
Digo-te
amor, na verdade
Que
a saudade também há-de
Vir
a esquecer-nos um dia