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Soneto inglês

Alexandre O‘Neill / Luís Figueiredo
Repertório de Miguel Xavier

Como o silêncio do punhal num peito
O silêncio do sangue a converter
Em fio breve o coração desfeito
Que nas pedras acaba de morrer

Vive em mim o teu nome, tão perfeito
Que mais ninguém o pode conhecer
É a morte que vivo e não aceito
É uma vida que espero não perder

Viver a vida e não viver a morte
Procurar noutros olhos a medida
Vencer o tempo, dominar uma sorte

Atraiçoar a morte com a vida;
Depois morrer de coração aberto
E no sangue o teu nome já liberto