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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Caldeirada

Letra e música de Alberto Janes
Repertório de Amália  

Em tempo de caldeirada o outro dia
Já que o peixe estava todo reunido
Teve o Goraz a ideia 
De falar à assembleia
No que foi muito aplaudido

Camaradas *principia*
A ordem do dia 
É tudo aquilo que for poluição
Porque o homem 
Que é um tipo cabeçudo
Resolveu destruir tudo
Pois então

E com tal habilidade e intensidade
Nas fulgurâncias do génio
Que transforma a água pura

Numa espécie de mistura
Que nem tem oxigénio

E diz ele que é o rei da criação

As coisas que a gente lhe ouve 
E tem de ser
Mas a minha opinião
Diz o Pargo Capatão;
Gostava de lha dizer
Pois se a gente até se afoga
Grita a Boga
Por o homem ter estragado o ambiente
Dá cabo da criação, esse pimpão

isso não é decente

Diz do seu lugar: tá mau *o Carapau*
Porque por estes caminhos
Certo vamos mais ou menos
Ficando todos pequenos
Assim como Jaquinzinhos

Diz então o Camarão, a certa altura:
Mas o que é que nós ganhamos por falar?
Ó seu grande Camarão
Pergunta então o Cação
Você nem quer refilar?

Se quer morrer *diz a Lula toda fula*
Co'a mania da cerveja e dos cafézes
Morra lá á sua vontade, que assim seja
Para agradar aos fregueses

Diz nessa altura a Sardinha 
P'rá Taínha: sabe a última do dia?
A Pescadinha já louca
Meteu o rabo na boca
O que é uma porcaria

Peço a palavra: gritou o Caranguejo
Eu que tenho por mania, observar
Tenho estudado a questão
E vejo a poluição
Dia e noite a aumentar

Cai da céu a água pura e a criatura
Pensa que aquilo que é dele
É monopólio
Vai a gente beber dela e a goela
Fica cheia de petróleo

A terra e o mar são, p'ró cidadão
Assim como o seu palácio
Se um dia lhe deito o dente
Paga tudo de repente
Ou eu não seja Crustáceo

É um tipo irresponsável
Grita o Sável
O homem que tal (?) aquele
Vai a proposta p'rá mesa
Ou respeita a natureza
Ou vamos todos a ele