-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

. . .

7090 LETRAS <> 3.082.000 VISITAS em FEVEREIRO 2024

. . .

Fado sonho

Francisco Radamanto / José Marques *fado rigoroso*
Repertório de João Ferreira Rosa


Na minha cama só estava deitado
E sem poder dormir pus-me a sonhar
Eu sonho muitas vezes acordado
E o que sonhei então vou-lhes contar

Era uma tarde linda… vinham toiros
Correndo, estrada fora, para a praça
Onde os toureiros vão conquistar loiros
Entusiasmando ao rubro, a populaça

Eu andava p’ra’li entontecido
Com o sol, com a luz e co’a algazarra
De repente, porém, fui atraído
Pelo doce trinar duma guitarra

Era o Fado… mas o Fado rigoroso
Cantava-o a Severa, a preceito
Co’a guitarra nas mãos do Vimioso
Gemia anseios de fogo no peito

Eu então, fadista como era
Peguei numa guitarra, fui tocar
Cantei ao desafio com a Severa
- - - 
Versão original publicada no livro
*Poetas Populares do Fado Tradicional* 
de Daniel Gouveia e Francisco Mendes

Há dias tive um sonho, que engraçado
Ninguém pode supor o que eu sonhei
Na tribuna da vida do passado
Em Carriche, fui eu quem mais brilhei

Na minha cama só estava deitada
Mas sem poder dormir pus-me a sonhar
Eu sonho muitas vezes acordado
E o que sonhei então vou-lhes contar

Era uma tarde linda… vinham toiros
Correndo, estrada fora, para a praça
Onde os toureiros vão procurar loiros
Entusiasmando, ao rubro, a populaça

Eu andava p’ra’li entontecida
Pelo sol, pela cor, pela algazarra
De repente, porém, fui atraída
Pelo doce trinar duma guitarra

Era o Fado… mas o Fado rigoroso
Cantava-o a Severa, com preceito
E a guitarra nas mãos do Vimioso
Punha anseios de fogo no meu peito

Sentindo-me então fadista como era
A rascoa cigana, quis cantar
Cantei ao desafio com a Severa
Mas isto, meus senhores, foi a sonhar