Repertório de Jorge Batista da Silva
Se eu tivesse um cavalo
Como tem o D. José
Haveria de levá-lo
Haveria de levá-lo
Até ao Cais do Sodré
Em valente cavalgada
Em valente cavalgada
Com garbo, com altivez
Ia ver como mudada
Ia ver como mudada
Está Lisboa do Marquês
Não ficaria parado
Não ficaria parado
A olhar pró rio, ausente
No meio da Praça, especado
No meio da Praça, especado
A ver passar tanta gente
A trote, no meu formoso corcel
Punha um ar de fidalgote
Ou de toureiro em cartel;
Capote de bom corte e a rigor
Eu ficaria no lote
De cavaleiro e senhor;
Quixote, mas lusitano nascido
Eu iria pela cidade
Onde o fado tem vivido;
Pinote, não me deitaria ao chão
Pois eu cavalgo à vontade
Na sela da ilusão
Dava um salto à Madragoa
A trote, no meu formoso corcel
Punha um ar de fidalgote
Ou de toureiro em cartel;
Capote de bom corte e a rigor
Eu ficaria no lote
De cavaleiro e senhor;
Quixote, mas lusitano nascido
Eu iria pela cidade
Onde o fado tem vivido;
Pinote, não me deitaria ao chão
Pois eu cavalgo à vontade
Na sela da ilusão
Dava um salto à Madragoa
Bairro Alto, Alfama e Bica
E a galopar por Lisboa
E a galopar por Lisboa
Inda iria até Benfica
Ao cavalo eu mostraria
Ao cavalo eu mostraria
O muito que tem perdido
Por nunca na Mouraria
Por nunca na Mouraria
Ter sequer um fado ouvido
E cansado da jornada
E cansado da jornada
Depois de tanto laré
Devolveria a montada
Devolveria a montada
Ao senhor rei D. José