João
Monge / Ricardo Parreira *fado tio*
Repertório
de Hélder Moutinho
Às
vezes não me dou, não é por mal
Às
vezes até me custa falar
São
restos do temor inicial
Do
dia em que aprendemos a andar
Às
vezes viro a cara para o chão
E
sigo a minha sombra até ao fim
Como
se fosse a voz do coração
Para
não me afastar muito de mim
Às
vezes o mundo fica vazio
Como
a casa onde tu moraste um dia
E
o meu corpo é morada de um fastio
Que
me sustenta mas não alumia
Às
vezes tu pareces entender
E
esperas que a madrugada se levante
Prometes
que hás-de voltar a nascer
E eu volto a ser quem fui por um instante