António Aleixo / Luís Pedro Fonseca
Repertório de Cristina Nóbrega
Ser doido-alegre, que maior ventura
Morrer vivendo p'ra além da verdade
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade
Encara rindo, a vida que o tortura
Sem ver na esmola a falsa caridade
Que bem no fundo, é só verdade pura
Se acaso houver pureza na verdade
Já que não tenho, tal como preciso
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso
Direi, ao contemplar o seu sorriso
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo