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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Fado da internet

Letra e música de Daniel Gouveia
Repertório de Carlos Zel 

O fado p'ra ser castiço
Não é por isso antiquado
Deve até, ser p'ra frentex 
E assim é *ex* se trata hoje o fado
Graças ao computador 
P'ra se compor com grande afã
Digita-se um teclado 
E o resultado vê-se no “ecran”

Pode-se falar de tascas 
Rameiras rascas, vida indecente
Mas não se vai à taberna 
E quem alterna é a corrente
Pode um faia ser gingão 
Falar calão, andar à crava
Pode a fadista usar xaile
Mas é num "file" que isto se grava

Para que a gralha se evite
Faz-se um "delete" e a seguir
Se a memória já não vive 
Faz-se "retrieve" no mesmo "dir"
"Enter" que estás a agradar 
Convém salvar, se a coisa interessa
Mal a letra se define 
Com "print screen" sai logo impressa

Com o título ninguém teime 
Faz-se "rename", nem se discute
E se a CPU pendura 
Tudo tem cura, basta um "reboot"
Guitarras virtualizadas 
Vozes filtradas por fios eléctricos
O fado activa circuitos 
E os seus intuitos são cibernéticos

Já não se escreve em toalha 
A boa malha que vem à mente
Esse bom tempo findou-se 
Agora é "windows" o ambiente
O fado é feito com "bits"
Em "micro-chips", mora em "disquete"
Mas não deixa de ser fado 
Está paginado na "internet"