Repertório de Daniel Gouveia
Três batalhões de gente… tantos corpos
Tanta carne embarcada num navio
Tantos sonhos sonhados, adiados
Num cais que amanhã estará vazio
Três batalhões de gente na amurada
Um barco a adernar de mágoa e fé
Tanto adeus já saudade desesperada
Pingada sobre as tábuas do convés
Três batalhões de gente separada,
Espalhada por matas e capim
Tanta poça vermelha semeada
Tanto sonho que já não chega ao fim
Mas há sonhos sonhados acordado
Coisas que os batalhões nunca sentiram
Senão ao ver um dia, da amurada
Esta encostar-se ao cais donde partiram
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Escrito no dia seguinte a ter ido socorrer, com o grupo-de-combate que comandei, outro
que fora emboscado na picada Tomboco-Lufico (Norte de Angola) e ter trazido de volta
os corpos de 7 camaradas mortos, entre eles o do Alferes comandante, meu igual
em posto e funções.
Ainda faltava um ano e meio para acabar a comissão, pelo que eu próprio não sabia
Ainda faltava um ano e meio para acabar a comissão, pelo que eu próprio não sabia
se regressaria.
Esta letra, cantada por mim e acompanhada à guitarra por Manuel Domingos e à viola
Esta letra, cantada por mim e acompanhada à guitarra por Manuel Domingos e à viola
por António Queiroz, foi aproveitada por Joaquim Furtado para a série
«A Guerra» (RTP1, 2009), tendo rematado o 14.º episódio da 2.ª série
com supressão da 2.ª estrofe, por limitações de tempo.