Desconheço se esta letra foi gravada
Publico-a na esperança de obter informação credível
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Papo-seco aí do canto
Escute, não seja mau
Você agrada-me tanto
Que, se escutasse o meu canto
Isso p’ra mim era um pau
Sempre metido a um canto
Você é muito acanhado
E por isso é que eu lhe canto
A ver se quebro o encanto
E por isso é que eu lhe canto
A ver se quebro o encanto
Do seu ar envergonhado
Oiça-me, fite-me, assim
Oiça-me, fite-me, assim
Veja que a minh’alma é sua
Perca a vergonha por fim
Não tenha medo de mim
Perca a vergonha por fim
Não tenha medo de mim
Que não como gente crua
Em acabando o meu canto
Em acabando o meu canto
Vou p’ra o seu canto e depois
Com meiguice, com quebranto
Vai toda a gente com espanto
Com meiguice, com quebranto
Vai toda a gente com espanto
Ver sair juntos os dois
Papo-seco, seja amigo
Papo-seco, seja amigo
Coragem, dê-me carinhos
E sem temer qualquer perigo
Venha esta noite comigo
E sem temer qualquer perigo
Venha esta noite comigo
Brincar aos cinco cantinhos