Repertório
de Helena de Castro
É
da torre mais alta do meu pranto
Que eu canto este meu sangue, este meu povo
Dessa torre maior em que apenas sou grande
por me cantar de novo
Cantar como quem despe a ganga da tristeza
E põe a nu a espádua da saudade
Chama que nasce e cresce e morre acesa
Em plena liberdade
É da voz do meu povo, uma criança
Semi-nua, nas docas de Lisboa
Que eu ganho a minha voz
Caldo verde sem esperança
Laranja de humildade, amarga lança
Até que a voz me doa
Mas nunca se dói só quem a cantar magoa
Dói-me o Tejo vazio, dói-me a miséria
Apunhalada na garganta
Dói-me o sangue vencido a nódoa negra
Punhada no meu canto
Que eu canto este meu sangue, este meu povo
Dessa torre maior em que apenas sou grande
por me cantar de novo
Cantar como quem despe a ganga da tristeza
E põe a nu a espádua da saudade
Chama que nasce e cresce e morre acesa
Em plena liberdade
É da voz do meu povo, uma criança
Semi-nua, nas docas de Lisboa
Que eu ganho a minha voz
Caldo verde sem esperança
Laranja de humildade, amarga lança
Até que a voz me doa
Mas nunca se dói só quem a cantar magoa
Dói-me o Tejo vazio, dói-me a miséria
Apunhalada na garganta
Dói-me o sangue vencido a nódoa negra
Punhada no meu canto