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Dia não

Manuela de Freitas / Pedro de Castro
Repertório de Kátia Guerreiro

Acordei, era domingo 
Saltei da cama contente
Nas torneiras nem um pingo 
Nem nas tomadas corrente
Quis fugir à barulheira 
Do vizinho co'as mudanças
Na escada, a minha porteira 
Deu-me um postal das finanças
Dia não é dia não

Tentei comer sossegada 
Na tasca da minha rua
A carne vinha queimada 
A batata vinha crua
Depois fui ao “Corte Inglês” 
Para assistir à sessão
Era um filme japonês 
Legendado em alemão

Passeando à beira rio 
Apeteceu-me ouvir fado
Fui à “tasca do vadio” 
O Chico tinha faltado
Era tal a ganideira 
Quis fugir mas ao pagar
Dei por falta da carteira 
Inda tive de cantar
Dia não é dia não

Saí com um grão na asa 
Uma nódoa no casaco
Perdi as chaves de casa 
Acabou-se-me o tabaco
Deitando contas à vida 
Comecei a andar a pé
Atravessei distraída 
Fui para a São José
Dia não é dia não

Por ter uma mão dorida 
Fiquei três horas na bicha
E quando fui atendida 
Houve um engano na ficha
Acordei na enfermaria 
E alguém disse com voz terna
Correu bem a cirurgia 
Engessámos-lhe uma perna
Dia não é dia não

Em descanso finalmente 
Pensei, ao ver-me em pijama
Ele há dias em que a gente 
Não deve sair da cama
Dia não é dia não