Repertório de Carlos do Carmo
Quando a saudade nos fala
E em nós se faz tarde
Quando a ternura nos despe
Quando a ternura nos despe
E os corpos se prendem
Abrem-se luas antigas
Abrem-se luas antigas
Vozes de sombra e de rosas
Arde connosco esse canto
Arde connosco esse canto
Que todos entendem
Canto que nasce do peito
Canto que nasce do peito
E de mãos na guitarra
Distância da lágrima ao riso
Distância da lágrima ao riso
Na voz de vadios
Canto de branco e mulato
Canto de branco e mulato
Canto do cais ás colinas
Distância do fundo da noite
Distância do fundo da noite
Ao convés dos navios
Chamem-lhe prece, pregão
Chamem-lhe prece, pregão
Ou canto de aflitos
Destino ou voz do meu povo
Seja o que for será sempre
Destino ou voz do meu povo
Seja o que for será sempre
Um suspiro na noite
Um verso velhinho
Um verso velhinho
Vestido de novo
Chamem-lhe grito de amor
Ou cantiga de amigo
Destino ou voz do passado
Na noite de xaile preto
Destino ou voz do passado
Na noite de xaile preto
Acorda-se a fala
E bate este meu coração
E bate este meu coração
Quando se canta o fado
Canto de voz marinheira
Canto de voz marinheira
A sós com mar alto
Canto de amor e enganos
Canto de amor e enganos
Na voz da cidade
Luz de candeia em tabernas
Luz de candeia em tabernas
Foi luz de altar nas janelas
Subiu do porão da noite
Subiu do porão da noite
Ao convés da saudade
E quando a andorinha se cala
E quando a andorinha se cala
Na asa da noite
Quando as estrelas acordam
Quando as estrelas acordam
E a terra descansa
Junta-se a plebe aos fidalgos
Junta-se a plebe aos fidalgos
Ouvem-se vozes sem sono
Que falam de queixas de amor
Que falam de queixas de amor
Mas também de esperança