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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Gente vulgar

Tiago Torres da Silva / Alzira Espíndola
Repertório de Maria João Quadros


Sei que o fado só tem voz 
Entre gente como nós
Gente vulgar
E que o fado é uma cantiga 
Que só abriga
Gente vulgar
Sei que o fado aconteceu 
Entre gente como eu
Gente vulgar
E que ele só se demora 
Nas ruas aonde mora
Gente vulgar

O fado não tem peneiras 
Nem a mania que é chique
Se o trancam nas Amoreiras 
Foge p’ra Campo de Ourique

O fado não se governa 
Com fidalgos e burgueses
Prefere andar na taverna
 E beber demais, ás vezes

O fado não tem rotina 
Nem hora p’ra recolher
Adormece em cada esquina 
Nos braços duma mulher

O fado não usa aigrettes 
Nem gosta de pôr gravata
E nunca o vi fazer fretes 
Nem andar com gente chata

O fado não tem vaidade 
E se o prendem num salão
Ele morre de saudade 
Da Rua do Capelão

O fado nunca socorre 
A quem cantando o maltrata
Pois por um fado que morre 
Há sempre um fado que mata