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As 7.490 letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os criadores dos temas aqui apresentados.
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Tenho vindo a publicar letras (de autores que já partiram) sem indicação de intérpretes ou compositores na esperança de obter informações detalhadas sobre os temas.
<> 7.490 LETRAS <> 3.530.000 VISITAS <> OUTUBRO 2024 <>
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Recordações

Letra de Gabriel de Oliveira
Do arquivo de Francisco Mendes
Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado

Do tempo da fadistagem 
De jaquetão de ratina
E calça à boca de sino
Conservo uma tatuagem 
Uma guitarra em surdina
E os alamares do varino


Nasci num bairro fadista 
Da nossa velha Lisboa
Criei-me na malandragem
Mas trabalho, sou artista 
Como toda a gente boa
Do tempo da fadistagem

Num Café de camareiras 
Ao som do fado corrido
Comecei a minha sina
Rodeado de rameiras 
Por me verem já vestido
De jaquetão de ratina

Mais tarde, fui, como poucos 
Da Rua do Capelão
Era um faia figurino
De chapéu à quatro socos 
Um vistoso jaquetão
E calça à boca de sino

Toquei e cantei o fado 
Saí na dança da luta
Perdi-me na tavolagem
Fui preso, fiquei marcado 
E dessa minha conduta
Conservo uma tatuagem

A minha amante, vestia 
Blusa de chita com rendas
E saia de castorina
É filha da Mouraria 
Uma das suas legendas
Uma guitarra em surdina

De tantas leviandades 
Tristezas, mágoas e penas
Vividas no meu destino
Só me restam as saudades 
Um cachecol de melenas
E os alamares do varino