Do arquivo de Francisco Mendes
Desconheço se esta letra foi gravada.
Publico-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Do tempo da fadistagem
Do tempo da fadistagem
De jaquetão de ratina
E calça à boca de sino
Conservo uma tatuagem
E calça à boca de sino
Conservo uma tatuagem
Uma guitarra em surdina
E os alamares do varino
Nasci num bairro fadista
E os alamares do varino
Nasci num bairro fadista
Da nossa velha Lisboa
Criei-me na malandragem
Mas trabalho, sou artista
Criei-me na malandragem
Mas trabalho, sou artista
Como toda a gente boa
Do tempo da fadistagem
Num Café de camareiras
Do tempo da fadistagem
Num Café de camareiras
Ao som do fado corrido
Comecei a minha sina
Rodeado de rameiras
Comecei a minha sina
Rodeado de rameiras
Por me verem já vestido
De jaquetão de ratina
Mais tarde, fui, como poucos
De jaquetão de ratina
Mais tarde, fui, como poucos
Da Rua do Capelão
Era um faia figurino
De chapéu à quatro socos
Era um faia figurino
De chapéu à quatro socos
Um vistoso jaquetão
E calça à boca de sino
Toquei e cantei o fado
E calça à boca de sino
Toquei e cantei o fado
Saí na dança da luta
Perdi-me na tavolagem
Fui preso, fiquei marcado
Perdi-me na tavolagem
Fui preso, fiquei marcado
E dessa minha conduta
Conservo uma tatuagem
A minha amante, vestia
Conservo uma tatuagem
A minha amante, vestia
Blusa de chita com rendas
E saia de castorina
É filha da Mouraria
E saia de castorina
É filha da Mouraria
Uma das suas legendas
Uma guitarra em surdina
De tantas leviandades
Uma guitarra em surdina
De tantas leviandades
Tristezas, mágoas e penas
Vividas no meu destino
Vividas no meu destino
Só me restam as saudades
Um cachecol de melenas
E os alamares do varino