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Confissão fadista

Martinho d’Assunção (pai) / Popular
Repertório de Manuel de Almeida

Escutei com atenção
Um fadista do passado
E a sua linda canção
Prendeu-me p’ra sempre ao fado


Cantava o Fado Corrido 
Fado que eu fui decorando
E cantava historiando
O seu tempo decorrido

Cantou essas madrugadas
Do São João do Rossio
Cantigas ao desafio 
Harmónios e guitarradas;
O Fandango, as desgarradas
Cantadas por todo o lado
Muito embora já cansado 
Pela sua cantoria;
Mostrou-nos quanto valia
Um fadista do passado

As marchas à filambó 
Junto à Praça da Figueira
E em qualquer rua, a fogueira
Com bailes de Solidó;
Como o tempo hoje é tão só
Tão parco (?) de animação
Santo António, São João 
Como o fadista os dispôs;
À saudade me transpôs 
A sua linha canção

Tempos em que a mocidade
Ia às Festas da’Atalaia
A Cacilhas em Catraia 
E em Burros p’rá Piedade;
Tudo se foi, que saudade 
Cantou ele, apaixonado
Depois de me ter mostrado
Ter sido um bom guitarrista;
Fez de mim também fadista 
Prendeu-me p’ra sempre ao fado