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Fado do Campo Grande

Ary dos Santos / Victorino de Almeida
Repertório de Carlos do Carmo

A minha velha casa
Por mais que eu sofra e ande
É sempre um golpe de asa
Varrendo um Campo Grande
Aqui no meu país
Por mais que a minha ausência doa
É que eu sei que a raiz de mim
Está em Lisboa

A minha velha casa
Resiste no meu corpo
E arde como brasa 
Dum corpo nunca morto
A minha velha casa 
É um regresso à procura
Das origens da ternura
Onde o meu ser perdura

Amiga amante, amor distante

Lisboa é perto, e não bastante
Amor calado, amor avante

Que faz do tempo apenas um instante

Amor dorido, amor magoado

E que me dói no fado... amor magoado
Amor sentido mas jamais cansado

Amor vivido... meu amor amado

Um braço é a tristeza
O outro é a saudade
E as minhas mãos abertas 
São o chão da liberdade
A casa a que eu pertenço
Viagem para a minha infância
É o espaço em que eu venço 
O tempo da distância

E volto à velha casa 
Porque a esperança resiste
A tudo quanto arrasa 
Um homem que for triste
Lisboa não se cala
E quando fala é minha chama
Meu Castelo, minha Alfama
Minha pátria, minha cama

Ai, Lisboa, como eu quero
É por ti que eu desespero