Florbela Espanca / João Gil
Gravado pelo grupo Al Mouraria
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens, morder como quem beija
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do reino de aquém e de além dor
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja
É ter cá dentro um astro que flameja
É ter garras e asas de condor
É ter fome, é ter sede de Infinito
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim
É condensar o mundo num só grito
E é amar-te, assim, perdidamente
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente