Repertório de Maria Amélia Proença
Eu quero ir esta noite prá rambóia
Cantar, bater o fado, andar nas hortas
Fazer uma corrida de tipóiia
E quedar-me a cear fora de portas
Eu quero ir esta noite para a astúrdia
Viver uma noitada em doce afã
Com cenas de ciúme e de balbúrdia
Até às quatro ou cinco da manhã
Eu quero ir esta noite prás adegas
Cantar, sentir o fado em desvario
Onde é que estão p'raí os meus colegas
Que queiram vir cantar ao desafio
Eu quero, pr’abancar, mesas de pinho
Loiça de tosco barro, canjirões
Canecas transbordantes de bom vinho
E motes coroados de ovações
Quero encher o retiro desse fado
Que um dia me inspirou e que eu senti
Viver toda a boémia do passado
Passado que ‘inda sinto e nunca vi