Repertório de Carlos do Carmo
No mais profundo da gente
Onde nem a vista alcança
Uma outra vida balança
Entre o passado e o presente
No mais profundo de nós
Onde ninguém se aventura
Anda a canção à procura
Anda a canção à procura
Da voz que lhe há-de dar voz
P’ra lá do muro assombrado
P’ra lá do muro assombrado
Onde nem luz se adivinha
Esvoaça aquela andorinha
Esvoaça aquela andorinha
Que vem morrer no meu fado
E dizem que a voz não vem
E dizem que a voz não vem
De particular garganta
Que não sabemos quem canta
Que não sabemos quem canta
Sempre que em nós canta alguém
Não somos mais que centelha
Não somos mais que centelha
Que a própria sombra acendeu
Mas basta um poema e o céu
Mas basta um poema e o céu
Que está tão longe e ajoelha