Repertório de Rodrigo
Sericoté é um bote
Orgulho do seu arrais
Por ser veloz e bonito
Não há outro que o derrote
E toda a malta do cais
Inveja o seu gabarito
A vela cheia e redonda
Leme seguro a rigor
Proa rasgando a maré
Na crista de cada onda
Mais parece um bailador
O bote Sericoté
Bolina, bolina, Sericoté
Carregadinho da proa à ré
Aguenta o leme, alarga a escota
P’rá malta da lota saber como é
Rude e certeira mão te conduz
És da Ribeira o ai-jesus
Pois não há bote com mais ralé
Do que este bote Sericoté
Conhece bons e maus ventos
Correntes e outros segredos
Que as águas do rio lhe contam
É fino de movimentos
Sabe todos os enredos
Das procelas que o afrontam
Conhece as lutas e rotas
Do pão que o seu arrais come
E às vezes tão duro é
Até as próprias gaivotas
Parecem cantar-lhe o nome
Até as próprias gaivotas
Parecem cantar-lhe o nome
Bom dia Sericoté